quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Todo o resto



Todo o resto




Certo e errado são convenções que confirmam-se com meia dúzia de atitudes.

Certo e ser gentil, respeitar os mais velhos, seguir uma dieta balanceada, dormir oito horas por dia, lembrar dos aniversários, trabalhar, estudar, casar e ter filhos, certo e morrer bem velho e com o dever cumprido. Errado e dar calote, rodar de ano, beber demais, fumar, se drogar, não programar um futuro decente, dar saltos sem rede. Todo mundo de acordo??

Todo mundo teoricamente de acordo, porem a vida não e feita de teorias. E o resto? E tudo aquilo que a gente mal consegue verbalizar, de tão intenso? Desejos, impulsos, fantasias, emo;oes. Ora, meia dúzia de normas preestabelecidas não dão conta do recado. Impossível enquadrar o que lateja, o que arde, o que grita dentro de nos.

Somos maduros e ao mesmo tempo infantis, por trás do nosso autocontrole há um desespero infernal. Possuímos uma criatividade insuspeita, inventamos musicas, amores e problemas e somos curiosos, queremos espiar pela fechadura do mundo para descobrir o que não nos contaram. Todo o resto.

O amor e certo, o ódio e errado e o resto e uma montanha de outros sentimentos, uma solidão gigantesca, muita confusão, desassossego, saudades cortantes,, necessidade de afeto e urgências sexuais que não se adaptam as regras do bom comportamento. Há bilhetes guardados no fundo das gavetas que contariam outra versão da nossa historia, caso viessem a publico. Todo o resto e o que nos assombra, as escolhas não feitas,, os beijos não dados, as decisões não tomadas, os mandamentos que não obedecemos, ou que obedecemos bem demais – a troco de que fomos tão bonzinhos? Há o certo, o errado e aquilo que nos da medo, que nos atrai, que nos sufoca, que nos entorpece. O certo e ser magro, bonito, rico e educado. O errado e ser gordo, feio, pobre e analfabeto, e o resto nada tem a ver com estes reducionismos, e nossa fome por idéias novas, e nosso rosto que se transforma com o tempo, e nossas cicatrizes de estima;ao, nossos erros e desilusões.

Todo o resto e muito vasto. E nossa porra-louquice, nossa ausência de certezas, nossos silêncios inquisidores, a pureza e inocência que nos mantem vivas dentro de nos mas que ninguém percebe, so porque crescemos. A maturidade e um álibi frágil. Seguimos com uma alma de crian;a que finge saber direitinho tudo o que deve ser feito, mas que no fundo entende muito pouco sobre as engrenagens do mundo. Todo o resto e tudo aquilo que ninguém aplaude e ninguém vaia, porque ninguém vê.



Martha Medeiros

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A despedida do amor...



A DESPEDIDA DO AMOR


Martha Medeiros



Existem duas dores de amor:



A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.



A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.



A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também...



Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida... Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, lógicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar.



É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a "dor-de-cotovelo" propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".



Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente...



E só então a gente poderá amar, de novo.

A lucidez perigosa


A lucidez perigosa






Estou sentindo uma clareza tão grande

que me anula como pessoa atual e comum:

é uma lucidez vazia, como explicar?

assim como um cálculo matemático perfeito

do qual, no entanto, não se precise.





Estou por assim dizer

vendo claramente o vazio.

E nem entendo aquilo que entendo:

pois estou infinitamente maior que eu mesma,

e não me alcanço.

Além do que:

que faço dessa lucidez?

Sei também que esta minha lucidez

pode-se tornar o inferno humano

- já me aconteceu antes.





Pois sei que

- em termos de nossa diária

e permanente acomodação

resignada à irrealidade -

essa clareza de realidade

é um risco.





Apagai, pois, minha flama, Deus,

porque ela não me serve

para viver os dias.

Ajudai-me a de novo consistir

dos modos possíveis.

Eu consisto,

eu consisto,

amém.


Clarice Lispector

sábado, 31 de outubro de 2009

Vida

Assisti o filme "O Curioso caso de Benjamim Button" onde conta a história de um homem que nasce aos 80 anos de vida e começa a rejuvenescer a partir daí.O filme tem como ator principal Brad Pitt.O filme é excelente e confesso que na cena onde ele aprende a velejar no barco de seu pai sinto uma inveja da Angelina Jolie,heheheh...mas voltando ao filme,ele me fez pensar em algumas coisas e dentre elas de que nada é eterno...nada é para sempre...durante o filme lembrei de um texto de Chaplin que compartilho abaixo.

"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.


Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.

Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?"

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Experimente me amar...

Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sózinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. ( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.




Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009


Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada “impulso vital”. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como “estou contente outra vez”. Ou simplesmente “continuo”, porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como “sempre” ou “nunca”. Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar”. Esse é o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.




Claro que no começo não terás sono ou dormirás demais. Fumarás muito, também, e talvez até mesmo te permitas tomar alguns desses comprimidos para disfarçar a dor. Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente - e não importa - essa coisa que chamarás com cuidado, de “uma ausência”. E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração. Atravessarás o dia fazendo coisas como tirar a poeira de livros antigos e velhos discos, como se não houvesse nada mais importante a fazer. E caminharás devagar pela casa, molhando as plantas e abrindo janelas para que sopre esse vento que deve levar embora memórias e cansaços.


Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos. Serão tantas que desistirás de contar. Então fingirás - aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na largatixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça.


Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa.


Já não é tempo de desesperos. Refreias quase seguro as vontades impossíveis. Depois repetes, muitas vezes, como quem masca, ruminas uma frase escrita faz algum tempo. Qualquer coisa assim:


- … mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, mastiga: inventa o gosto insípido na boca seca


C.F.A

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Não acredito que as pessoas mudam...


Faz dias que uma pergunta me vem a cabeça:será que as pessoas mudam????Sinceramente,creio que não...concordo com House,o mau humorado médico do seriado de mesmo nome que diz que as pessoas não mudam...A essência das pessoas não mudam.
Ah,aposto que você deve estar dizendo:"claro que mudam,eu mudei,parei de fumar...ou entrei na academia,ou virei vegetariano..."E respondo: você não mudou,o que mudou foram os seus hábitos,a sua essência,a sua personalidade continua igual,de repente adormecida por um forte desejo de mudança,mas qualquer barulhinho ela acordará...porque ela tem sono leve,cuidado!!!
Personalidade é a particularidade pessoal duradoura,estável...
Posso estar sendo incrédula,errada ou até mesmo pessimista...mas sinceramente,as pessoas não mudam,elas apenas vestem uma máscara por algum tempo não eterno...infelizmente!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Palavras não descrevem os olhos, as bocas, os braços e abraços, nem a alegria até então desconhecida, surgida de um (re) encontro. Pra quem, há dias atrás, refletia tanto as obras do acaso, hoje compreende que realmente, o acaso não passa de um simples nada, e acredita em algo bem maior que isso. Que levará à um próximo reencontro, sem sombra de dúvidas. Mas até lá, todas as músicas cantadas estarão na mente, todos os sorrisos que ainda não acreditavam no que estava acontecendo, todos os olhares que transpareciam toda a magia do momento.




Caio Fernando Abreu

Inclusão digital existe...


Minha viagem ficou com varias histórias para contar,mas a mais interessante é a que vou relatar agora...estou eu conhecendo a Igreja de São Bento em São Paulo e ao sair de lá fui abordada por um menino me pedindo moeda.Confesso que fiz que não escutei e segui em frente em direção ao Viaduto Sta Ifigência e após entrei na igreja dessa santa.Lá um menino me deu um papel onde pedia dinheiro para ajudar a ele e a familia...no mesmo tempo em que me entrega o papel ele me faz a pregunta:"tia,não era vc que estava na igreja de São Bento?"Respondi sem jeito que sim,afinal era o mesmo menino...ele sorridente me pede para tirar uma foto dele na frente da santa...fiz o que ele pediu e ele me pede"me manda essa foto?".Com um tom de surpresa e curiosidade perguntei como...ai ele pegou um papel e uma caneta e escreveu o email dele,dizendo que ia por a foto no orkut e seria a mais bonita...é a inclusão digital ,gente ,existe meeeesmo,hehehe

Who the cap fit

Who The Cap Fit


Bob Marley



Man to man is so unjust, children

You don't know who to trust

Your worst enemy could be your best friend

And your best friend your worst enemy



Some will eat and drink with you

Then behind them su-su 'pon you

Only your friend know your secrets

So only he could reveal it

And who the cap fit, let them wear it (repeat)

Said I throw me corn, me no call no fowl

I saying, "cok-cok-cok, cluck-cluck-cluck"



Some will hate you, pretend they love you now

Then behind they try to eliminate you

But who Jah bless, no one curse

Thank God we're past the worse



Hypocrites and parasites

Will come up and take a bite

And if your night should turn to day

A lot of people would run away

And who the cap fit let them wear it (repeat)



And then a gonna trhow me corn

And then a gonna call no fowl

And then a gonna "Cok-cok-cok, cluck-cluck-cluck"



Some will eat and drink with you

And then behind them su-su 'pon you

And if your night should turn to day

A lot of people will run away

And who the cap fit, let them wear it (repeat)

I throw me corn, me no call no fowl

I saying "Cok-cok-cok, cluck-cluck-cluck"

 

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Emoção inexplicável...



Eu falei que minha viagem estava apenas começando...
Esse ano tomei por decisão algumas coisas como não ter mágoas de ninguém e principalmente vencer meus medos...e o primeiro seria de altura e nada melhor do que voar de parapente.Sai decidida de Maravilha de que iria fazer esse vôo,ja tinha combinado e deixado agendado previamente para não ter mudanças de plano.Vi na previsão do tempo de que dia 11 faria tempo bom,então antecipei do dia 13 p/ o dia 11.Na manhã liguei p/ ver se estava bom o vento p/ o vôo.Confirmado rumei para a rampa.Cheguei la e encontrei uma mulher que me perguntou se eu iria ter coragem,pois raramente ela vê mulher voar.Respondi afirmativo e rumei com o Millan,instrutor mto gente fina e com o Beto,outro instrutor,com o qual tinha agendado tudo,tb um cara dez!Chegamos no alto da pedra e estava encoberto,sem visibilidade nenhuma e junto com a falta de visibilidade,parecia que a minha coragem tb estava em falta,hehehe...mas não poderia desistir.Aguardamos até melhorar a visibilidade,o Millan arrumou o parapente,checou tudo e eu pus o equipamento...ele me falou p/correr sem parar e iniciei a correr,mas qdo cheguei na ponta vi o penhasco e instintivamente e apavoradamente freei,hehehe...mas isso não impediu do Millan me fazer voar.Não tem como explicar a maravilhosa sensação que se sente,apesar de termos enfrentado uma nuvem...a paisagem é maravilhosa,a sensação de liberdade é impressionante...ficamos por volta de uns 25 minutos lá em cima,tivemos uma turbulência qdo uma asa delta passou e fez uma corrente de ar q nos desestabilizou um pouco,mas nada que não se resolvesse.Me senti como um passaro voando num azul maravilhoso com,ora o mar,ora a montanha aos meus pés.Posso dizer que por 25 minutos esqueci tudo o que já passou em minha vida e tudo o que pode vir,hehehe...curti exatamente o momento,esquecendo todo o restante.Todo mundo deveria voar dessa forma,fazer uma loucura dessas uma vez na vida.Eu recomendo!!!!

sábado, 10 de outubro de 2009

True to myself

Life has come a long way

since yesterday (I say)

And it´s not the same old thing

over again (I say)

Just do what you feel

and don´t you fool yourself (I say)

Cause I can´t make you happy
unless I´am ( I say, I say, I say)

I´ve got to be true to myself

Day in, day out, I´ve asked many questions (I say)

Only to find the truth it never changes (I say)

If you don´t deal with it

it keeps killing you a little by little (I say)

Call me selfish if you will
My life I alone I can live (I say, I say)

I´ve got to be true to myself

I don´t care if it hurts

I´m tired of lies and all theses games

I´ve reached a point in life

Hey, no longer can I be this way

Don´t come crying to me

I too have shed my share of tears

I´m moving on

Yes I´m grooving on

Hey, well I´m finally free

I´ve got to be true to myself


Surpresas durante a viagem...


Estou eu nesse exato momento em uma sala de embarque do aeroporto de Guarulhos aguardando o meu vôo,ao som de violão(tem um cara aguardando seu vôo dedilhando muito bem algumas músicas),então como entretenimento resolvi contar o que aconteceu até eu chegar aqui...Embarquei com 1 hora de atraso em Chapecó-SC,o que diminuiu minha permanência no aeroporto de Floripa,o qual,diga-se de passagem,é terrível para uma cidade tão maravilhosa como aquela...embarquei no avião que me trouxe até aqui ao lado de uma senhora muito elegante,daquelas que tu olha e percebe que já nasceu elegante,trouxe a finésse de berço,por mais que não tenha tido berço de ouro(não saberia informar isso,mas ela é dona de uma elegância nata) e como tenho a mania de puxar conversa com quem está ao meu lado,iniciei a viagem falando sobre o minimo de espaço entre as poltronas(só para não cair no velho chavão do "será que vai chover?",hehe).Ela relembrou do tempo em que viajar de avião era algo chique e de status,de maneira confortável e com várias opções de serviços de bordo...Demos continuidade a nossa conversa,descobri que ela era gaúcha,chamada Maria Ely,viúva,mora agora em SC,na praia,tem 3  filhos sendo uma médica em Campo Grande(seu destino final dessa viagem),se formou em psicologia,mas somente após os filhos estarem formados e...surpreenda-se,tem 82 anos!!!!!!Juro que sua aparência,vitalidade e destreza era de alguém de, no máximo 70 anos!!!Mas o que mais me surpreendi foi no momento em que ela me falou que faz trilhas e agora está aprendendo a remar!!!!Olha,se o espaço abaixo das poltronas não fosse ínfimo,juro que me esconderia lá embaixo,hehehe...essa  idosa com espírito de jovem me fez sentir uma jovem velha,afinal vivo uma vida quase 100% sedentária.A memória,a habilidade em tratar sobre assuntos variados,em falar dos conflitos da alma,da realidade do mundo me fez ficar fã dessa mulher...e pedir que eu chegue a essa idade assim como ela,de andar teso,viajando sozinha e carregando uma bagagem muito pesada,a qual ela fazia questão de carregar,sem a ajuda de ninguém,apesar de eu ter me oferecido para levá-la...Ao chegarmos em Guarulhos,cada uma foi para um portão de embarque,mas não sem nos despedirmos antes,como velhas conhecidas(eu sendo a velha,isso sim,hehehe)e desejando que haja um próximo encontro...ela se vai de andar reto em direção ao seu portão e fico a olhá-la e lembrar de tantas pessoas com menos idade que ela e com aparência de tão velha,outras tantas podendo aproveitar essa fase da vida em que ela passa e usa a velhice como bengala para ficar em casa,se queixando de dores,da vida e reclamando da idade...ou outras tantas que com 1/3 da idade dessa mulher ficam se queixando do dia-a-dia,entocados em seus apartamentos ou casas,esperando a vida passar,olhando a vida pela janela com medo de por o nariz p/ fora de seu mundinho pequeno,de sua alma pequena e se tornar alguém forte e lutador,ou apenas se tornar vivo...
Só peço que eu chegue aos meus 82 anos e que ao chegar lá tenha essa mesma vitalidade,força e brilho nos olhos como Maria Ely...olhos que tem sede de VIDA!!!!
E isso que minha viagem está apenas começando...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Exorcizando


Vem aí um feriadão...estou arrumando as malas p/ viajar...nessa viagem espero exorcizar muitas coisas de minha vida...coisas que teimam em permanecer,que não vão embora ou que eu não deixo ir...mas estou decidida que em 8 dias terei tempo o suficiente p/ tirar de minha vida tudo que me faz dar um passo p/ trás deixando de seguir o caminho a minha frente...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Convenção dos corações partidos



"Os que já naufragaram, por aqui


Atenção, desavisados, também por aqui


Na próxima chamada já vai começar


A primeira convenção dos corações partidos


Os desalojados tomem seu lugar


E os desesperados, por favor, devagar


Só mais um instante, já vai prosseguir


A primeira convenção dos corações partidos


Os que choraram tanto que viraram pó


E os que encheram Deus e o mundo ao seu redor


Afirmo: os intocados não devem perder


A primeira convenção dos corações partidos


Apressados, desviados, mortos ao chegar


Os que largaram tudo e os que querem voltar


Rebaixados, convidados a se retirar


A primeira convenção dos corações partidos"



quarta-feira, 7 de outubro de 2009





"O que não faz você estremecer,suar,desatinar não merece fazer parte de sua biografia..."

terça-feira, 6 de outubro de 2009

PAZ: artigo de luxo



Você se sente em casa dentro do seu próprio corpo?



Muitos não passam de hóspedes de si mesmos...


Estar em paz é aceitar serenamente que você não tem todas as armas para conquistar o que deseja, não tem munição suficiente para levar todos os seus planos adiante e não possui um exército que diga amém para todos os seus delírios.


Você está só e é um sujeito heróico dentro do possível.


Costuma ir à luta por um emprego, por um amor, por grana, por objetivos razoáveis, e quando não dá certo, não dá, e quando erra, paciência, e quando acerta, oba, e quando está cansado, se recolhe, e quando está triste, chora, e quando está alegre, vibra, e quando enxerga longe, vai em frente, e quando a visão embaça, freia, e quando está sozinho, chama, e quando quer continuar sozinho, não chama.


Primeiro passo para a paz: reconciliar-se consigo próprio.


É o que a gente pode fazer de mais concreto, por mais abstrato que pareça.
 
Martha Medeiros

Lua adversa



Lua Adversa




Tenho fases, como a lua

Fases de andar escondida,

fases de vir para a rua...

Perdição da minha vida!

Perdição da vida minha!

Tenho fases de ser tua,

tenho outras de ser sozinha.



Fases que vão e que vêm,

no secreto calendário

que um astrólogo arbitrário

inventou para meu uso.



E roda a melancolia

seu interminável fuso!

Não me encontro com ninguém

(tenho fases, como a lua...)

No dia de alguém ser meu

não é dia de eu ser sua...

E, quando chega esse dia,

o outro desapareceu...




Cecilia Meireles

sábado, 3 de outubro de 2009

Quero um "amor feinho"




AMOR FEINHO

Eu quero amor feinho.


Amor feinho não olha um pro outro.

Uma vez encontrado, é igual fé,

não teologa mais.

Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo

e filhos tem os quantos haja.

Tudo que não fala, faz.

Planta beijo de três cores ao redor da casa

e saudade roxa e branca,

da comum e da dobrada.

Amor feinho é bom porque não fica velho.

Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:

eu sou homem você é mulher.

Amor feinho não tem ilusão,

o que ele tem é esperança:

eu quero amor feinho.



Adélia Prado

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Algo a pensar...


Sêneca foi um filósofo e escritor da época romana e lendo algumas frases dele me surpreendi que resolvi colocá-las aqui...

"Perguntas-me qual foi meu maior progresso? Comecei a ser amigo de mim mesmo".

"Vive de tal maneira que não faças nada que não possas dizer aos teus inimigos."

"Trabalha como se vivesses para sempre. Ama como se fosses morrer hoje."

:"Evitamos a inveja se guardarmos as alegrias para nós próprios."

:"Quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável."

"Enquanto protelamos a vida passa por nós a correr."

"A maldade bebe a maior parte do veneno que produz."

"Dedica-se a esperar o futuro apenas quem não sabe viver o presente."

"Presume do teu amigo que algum dia o poderás ter como inimigo."

"Não te interesses sobre a quantidade, mas sim sobre a qualidade dos vossos amigos."


Tão antigo,mas tão atual...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Assim me sinto...



É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.


Clarice Lispector

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Estou cansada


Estou cansada de tentar ser amiga de todos,contornando todas as situações para proteger os outros,para não criar atrito entre aqueles que cosnidero amigos.Estou cansada em fazer isso e acabar sendo a crucificada.Estou cansada de ter jogo de cintura para proteger os outros.Estou cansada de dar conselhos a quem não quer escutá-los mas que teima em me pedí-los.Estou cansada de ajudar quem não se ajuda.Estou cansada desse tititi todo,dessas conclusões ridículas,desses pré julgamentos.Estou cansada de falsas amizades,de sabotagens....estou cansada desse frio que teima em permanecer,tanto no ar como no coração dos demais...estou cansada de tanta lamúria sem motivos...estou cansada de ser só ouvidos,quero me ouçam também...estou cansada dessa crise financeira e dessa crise existencial que teima em persistir naqueles que não sabem o que querem...estou cansada de ser educada com aqueles que não são comigo...estou cansada da falta de discernimento das coisas...estou cansada de tudo que me machuca e que me fasz sofrer...estou cansada do que não consigo exorcizar da minha vida...estou cansada de ser a boazinha...estou cansada de tentar entender quem não se entende...estou cansada dos que teimam em viver no passado e inventam desculpas para continuar a viver nele...estou cansada de correr sem saber do que...estou cansada dos que vivem num faz de contas em seu mundinho pequeno e teimam em não encarar a realidade...apenas estou cansada de estar cansada...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009





"Saudade é solidão acompanhada, é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já..."
Pablo Neruda

Just Breathe





"Amor não é se envolver com a 'pessoa perfeita', aquela dos nossos sonhos. Não existem príncipes, nem princesas. Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos. O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser."Mario Quintana

domingo, 27 de setembro de 2009

Aconteceu (Marisa Monte)






Aconteceu
O que aconteceu

Foi melhor assim

Estava por um fio

Estava por um triz

Estava já no fim

Todo mundo via

Que acontecia

Pois aconteceu

Era o que devia

Quando um descaminho

Acha o seu desvio

Tudo se alivia

Foi melhor assim

Quando dei por mim

Já estava aqui e agora

sábado, 26 de setembro de 2009



/.../ É preciso sermos capazes de sacrificar e fazer morrer aquilo que já não serve mais para continuarmos vivos e inteiros, para não corrermos o risco de nos tornamos ‘mortos-vivos’. /.../ Carl Jung

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Qual o real valor de uma amizade?


Tenho me perguntado qual o real valor de  uma amizade?Aparentemente uma pergunta simples,mas se formos analisar ao fundo ela se torna complexa...Afinal muitas vezes damos valor à amizade de uma determinada pessoa mas ela acaba não nos valorizando da maneira como esperamos.Eu sei muito bem o que a amizade dela significa,mas será que ela sabe?Me considera da mesma forma como a considero?
Amizade significa companheirismo,ajuda,CONFIANÇA,LEALDADE,FIDELIDADE,apoio,ombro p/ chorarmos quando precisamos,um divã para escutar nossos problemas,afagar nossa cabeça dando o suporte que precisamos e muitas vezes uns puxões de orelha para entrarmos na linha,hehehe.
Os segredos compartilhados entre amigos deve ter o mesmo significado de um segredo de consultório ou de confessionário,nunca deve ser revelado.
Os nossos sofrimentos devem despertar a sensibilidade do amigo e servir de degrau para crescer conosco.
A lealdade deve ser o alicerce maior nesse relacionamento...a fidelidade então,nem se fala...e a confiança?ah a confiança,essa deve ser soberana e infelizmente quando quebrada nunca mais surge no relacionamento...por mais que o tempo passe e uma desavença seja analisada e perdoada,nunca voltará a ser a amizade de outrora,pois não haverá mais a confiança,o sentimento que torna as pessoas unidas.
Eu mesmo já disse várias vezes que quando sou amiga,levo até revólver na cara(acredite,isso já aconteceu comigo ao defender uma amiga!),porém quando a pessoa me magoa e me trai,não queira consideração minha,pois essa acaba junto com a confiança...essa amiga pela qual levei revólver na cara volta e meia lembra que pode confiar em mim sempre e eu nela,certamente...
Infelizmente existem aquelas amizades que não enfrentei revólver na cara,mas que se fosse preciso enfrentaria,aquelas amizades em que dei o ombro e escutei os problemas,as dores de amores, o sofrimento no trabalho e tive em troca a decepção,a traição e a falta de consideração...essas nunca mais farão parte da minha vida,por mais que voltemos a nos falar,seremos apenas conhecidas.Não são todos que conseguem ter a sorte de ter uma amizade saudável...por mais que eu tenha me importado muito com elas,por mais que eu tenha me doado,recebi a mentira em troca.
Tenho amigos que nunca nos falamos mas sei que quando precisar estarão lá,assim como estarei aqui quando de mim eles precisarem...amigos de infância,amigos de colégio,amigos de trabalho...meus anjos da guarda...tenho minhas amigas irmãs(poucas,mas hoje em dia as famílias tem tido menos irmãos,hehe),sempre guardadas em meu coração!
Bom para mim a amizade tem o valor de uma vida e faço tudo para que essa vida seja eterna!E espero sempre receber o mesmo em troca...tropeço nos galhos podres que caem de  minha árvore das amizades,mas nunca caio por falta delas...os galhos fortes que permanecem me seguram...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009





"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê.
Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido."

Caio Fernando Abreu

Sexta-feira!!!!!Viva!!!!


terça-feira, 15 de setembro de 2009

Congresso de Funerárias,essa é boa!

Li no jornal do final de semana que donos das funerárias estavam em um Congresso de Funerárias...fico imaginando como deve ser?
"Lançamento Primavera-Verão 2009/2010"?Discutem modelos de caixões?Qual o melhor forro?Que estampa por na tampa do caixão?Qual a cor da moda?Ou será que estão lançando caixão com tv LCd ou música ambiente?
Imagino um representante de venda de caixões falando para dono de uma funerária:"Pois o sr veja esse magnífico modelo em tons de roxo e verde,o último grito da moda mortuária..." ou então:"Temos esse magnífico caixão de mogno com forro impermeável e um grande conforto..."
Não consigo entender fazer um congresso para donos de funerárias...afinal,morto não vai reclamar ou observar a cor do forro ou se o caixão pe confortável.
Cada modismo da vida moderna...

domingo, 13 de setembro de 2009

Amor no Éter

O Amor no Éter




Há dentro de mim uma paisagem

entre meio-dia e duas horas da tarde.

Aves pernaltas, os bicos

mergulhados na água,

entram e não neste lugar de memória,

uma lagoa rasa com caniço na margem.

Habito nele, quando os desejos do corpo,

a metafísica, exclamam:

como és bonito!

Quero escrever-te até encontrar

onde segregas tanto sentimento.

Pensas em mim, teu meio-riso secreto

atravessa mar e montanha,

me sobressalta em arrepios,

o amor sobre o natural.

O corpo é leve como a alma,

os minerais voam como borboletas.

Tudo deste lugar

entre meio-dia e duas horas da tarde.

              Adelia Prado

Verdades absolutas?????


Fui em uma jornada de clinica medica esse final de semana e o que mais se ouviu foi que na ciência não existem verdades absolutas...fiquei analisando isso e pergunto:"e na vida,existem verdades absolutas??". Se me fizessem essa pergunta há alguns anos acho que responderia que sim,porém o passar do tempo se transforma em aprendizado e com ele aprendi que nem na ciência e nem na vida há verdades absolutas.Como disse Sthefen Kanitz em um artigo na Veja:"Não existem verdades absolutas,existem idéias que ainda não foram refutadas."
Na vida nada é estagnado,vivemos num processo constante de mudanças e algumas verdades que temos como absolutas se tornam mentiras irrefutáveis.
Quantas vezes defendi um ponto de vista com unhas e dentes e com o tempo mudei o tal ponto de vista?Quantas vezes não acreditei que uma certa pessoa poderia mudar e esta me mostrou que isso era possível tomando atitudes frente à vida que nunca imaginei que ela fosse tomar?Quantas vezes acreditei piamente em um amigo ou amiga quando me chamava de amiga e prometia amizade verdadeira e eterna,porém ao virar a esquina me deparei com a falsidade e a traição?Quantas vezes julguei uma pessoa de falsa ou de metida,q o tempo a mostrou companheira e fiel?Quantas vezes me julgaram de maneira errada e com o tempo esse julgamento foi revisto?
Não podemos ser ignorantes a ponto de defender uma verdade que amanhã se mostrará uma mentira...temos sim que defender nossos pontos de vista,nossas idéias e opiniões,mas sem radicalismo,sem ofender ninguém e sem sermos ofendidos...afinal,não saberemos se e quando iremos refutá-las...

sábado, 12 de setembro de 2009

Mais um pouquinho de Martha Medeiros

Martha Medeiros

Doidas e santas


"Estou no começo do meu desespero/e só vejo dois caminhos:/ou viro doida ou santa". São versos de Adélia Prado, retirados do poema A Serenata. Narra a inquietude de uma mulher que imagina que mais cedo o ou mais tarde um homem virá arrebatá-la, logo ela que está envelhecendo e está tomada pela indecisão - não sabe como receber um novo amor não dispondo mais de juventude. E encerra: "De que modo vou abrir a janela, se não for doida? Como a fecharei, se não for santa?".



Adélia é uma poeta danada de boa. E perspicaz. Como pode uma mulher buscar uma definição exata para si mesma estando em plena meia-idade, depois de já ter trilhado uma longa estrada onde encontrou alegrias e desilusões, e tendo ainda mais estrada pela frente? Se ela tiver coragem de passar por mais alegrias e desilusões - e a gente sabe como as desilusões devastam - terá que ser meio doida. Se preferir se abster de emoções fortes e apaziguar seu coração, então a santidade é a opção. Eu nem preciso dizer o que penso sobre isso, preciso?



Mas vamos lá. Pra começo de conversa, não acredito que haja uma única mulher no mundo que seja santa. Os marmanjos devem estar de cabelo em pé: como assim, e a minha mãe???



Nem ela, caríssimos, nem ela.



Existe mulher cansada, que é outra coisa. Ela deu tanto azar em suas relações que desanimou. Ela ficou tão sem dinheiro de uns tempos pra cá que deixou de ter vaidade. Ela perdeu tanto a fé em dias melhores que passou a se contentar com dias medíocres. Guardou sua loucura em alguma gaveta e nem lembra mais.



Santa mesmo, só Nossa Senhora, mas cá entre nós, não é uma doideira o modo como ela engravidou? (não se escandalize, não me mande e-mails, estou brin-can-do).



Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar "the big one", aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo? Mas além disso temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir de vez em quando que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo pro alto e embarcar num navio-pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar uma cafetina, sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha.



Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascina a todos.



Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a idade que tenham. Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota. Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: só sendo louca de pedra.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Dez coisas que levei anos para aprender!!!

Dez coisas que levei anos para aprender!!!




1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom ou empregado, não pode ser uma boa pessoa.(Esta é muito importante.Preste atenção, nunca falha)



2 As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas. (Tá cheio de gente querendo te converter!)





3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance. (Na maioria das vezes quem tá te olhando também não sabe! Tá valendo!)



4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca. (Deus deu 24 horas em cada dia para cada um cuidar da sua vida e tem gente que insiste em fazer hora-extra!)



5. Não confunda sua carreira com sua vida. (Aprenda a fazer escolhas!)



6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite. (Quem escreveu deve ter conhecimento de causa!)



7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria ‘reuniões’. (Onde ninguém se entende… Com exceção das reuniões que acontecem nos botecos…)



8. Há uma linha muito tênue entre ‘hobby’ e ‘doença mental’. (Ouvir música é hobby… No volume máximo às sete da manhã pode ser doença mental!)



9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito. (Que bom!!!!!)



10. Lembre-se: nem sempre os profissionais são os melhores. Um amador construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic. (É Verdade mesmo!!!)



E lembre-se :



"Guardar ressentimentos é como tomar veneno e esperar que outra pessoa morra." William Shakespeare’



Por Luis Fernando Veríssimo

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A mulher da página 194

Essa imagem acima foi publicado numa revista americana e causou comentarios diversos por ai.Estava lendo a Epoca dessa semana quando me deparei com a matéria: "A mulher da página 194". Confesso que fiquei surpresa e curiosa ao ver a foto e fui logo lendo a matéria.A mulher da foto é uma modelo de 20 anos que pelo ar da foto não tem nenhum problema com o pequeno excesso na barriga. O interessante disso tudo é que em uma revista feminina publicar a foto assim poderia ser considerada um afronte aos padrões de beleza que ainda se tem hoje em dia.A mulher da pagina 194 nos ajuda a aceitar nossos pequenos defeitos e nossas pequenas imperfeições,afim de não nos tornamos escravas de um conceito de beleza que não leva em conta a condição saudável...Não digo que ser gorda seja saudável,mas uma barriguinha com uns pneuzinhos não é o fim do mundo,afinal mulher perfeita sem nada de errado é muito raro,porém da  maneira como as revistas  mostram nos fazem pensar que o mais comum é esse mundo de photoshop onde não existe celulite e nem estrias e a felicidade até existe,abraçada no Papai Noel.Uma balela só,um conto da carochinha como dizia minha tia...
Lógico que de início estranhei,cheguei a ter uma certa repulsa,afinal estou tão submissa ao mundo irreal do photoshop,porém analisando e refletindo comecei a gostar da mulher da pagina 194,uma representante de todas nós.O seu sorriso dá a sensação de que ela está plenamente satisfeita com aqueles pneuzinhos,que não passa horas do seu tempo tentando perder gorduras,sem se tocar que muitas vezes o que perde é o juizo e a medida certa das coisas.Ela está tão bem a vontade com seu corpo que não trocaria um bom rodízio de pizza regado a um chopp bem gelado por um mísero,sem graça e único prato de salada...não ficaria numa neurose contando pontos ou calorias em cada refeição...não sobe diariamente na balança e se desespera por ter engordado 50 gramas no final de semana.
Na praia vimos muito que o normal da mulherada é pneu,gordurinha localizada,celulite ,estrias,e até nos conformamos com o nosso corpo,mas em revista vimos fotos que nos deixa desesperados e com vontade de deixar de comer por um mês para ver se ficamos parecidas com as modelos esqualidas.
Espero que essa foto seja sinal das mudanças dos tempos,que a ditadura da magreza e do prato de alface seja extinguido e que prevaleça a saúde em primeiro lugar,sem exageros nem para menos nem para mais...no ponto certo,sem neurose...E viva a mulher da página 194!!!!

domingo, 6 de setembro de 2009

"Embora meu objetivo seja compreender o amor, e embora sofra por causa das pessoas a quem entreguei meu coração, vejo que aqueles que me tocaram a alma não conseguiram despertar meu corpo, e aqueles que tocaram meu corpo não conseguiram atingir minha alma..."

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Cara Valente

Cara Valente



Maria Rita



Não, ele não vai mais dobrar

Pode até se acostumar

Ele vai viver sozinho

Desaprendeu a dividir...





Foi escolher o mal-me-quer

Entre o amor de uma mulher

E as certezas do caminho

Ele não pôde se entregar

E agora vai ter de pagar

Com o coração

Olha lá!

Ele não é feliz

Sempre diz

Que é do tipo

Cara Valente

Mas veja só

A gente sabe...



Esse humor

É coisa de um rapaz

Que sem ter proteção

Foi se esconder atrás

Da cara de vilão

Então, não faz assim rapaz

Não bota esse cartaz

A gente não cai não...





Ê! Ê!

Ele não é de nada

Oiá!!!

Essa cara amarrada

É só!

Um jeito de viver na pior

Ê! Ê!

Ele não é de nada

Oiá!!!

Essa cara amarrada

É só!

Um jeito de viver

Nesse mundo de mágoas...

domingo, 30 de agosto de 2009

Só p/ dar risada

Mentira,um dos piores defeitos do ser humano

Detesto mentira...sempre deixo claro isso aos que me conhecem.Omitir é diferente de mentir!Geralmente omitimos algo por necessidade de não ferir o outro,mas mentir pode até poupar no momento,mas qdo a mentira é descoberta dói mais que ao descobrir uma omissão.Pelo menos é assim que vejo.E não adianta,como diz o ditado: a mentira tem perna curta.E eu tenho um faro para mentira que vocês não fazem ideia,hehehe.
Para mentir você tem que ter boa memória...o que geralmente as pessoas não tem.E é nesse ponto que eu as descubro,pois minha memória é boa,e aí quem mentiu esqueceu que me falou algo e bingo:uma mentira descoberta!!!
Além da memória,minha intuição é fodex(relembrando o palhaço Biriba,rsrs).Se ela disser que algo está cheirando mentira é só eu dar uma investigada para descobrir que ela está certa.
Mas fazer o que...vou levando,descobrindo mentiras,me decepcionando com algumas pessoas por causa da mentira...um dia eu me acostumo com ela!
A bem da verdade, não sou essa mulher fatal que você pensa que eu sou. Aquelas histórias de sedução foram todas inventadas e esse ar superior, de quem sabe lidar com a vida, é apenas autodefesa.
Aquelas frases filosóficas, foram só pra te impressionar, pra te passar essa ilusão de intelectual... na verdade eu ainda nem sei se acredito nos valores que me ensinaram, quanto mais em frases feitas e opiniões formadas!

Senta aí, vai! Deixa eu tirar os sapatos, desmanchar o penteado, retirar a maquiagem... quero te mostrar que assim de perto não sou tão bonita quanto pareço, por isso uso todos esses artifícios. É que no fundo tenho um medo terrível de que você me ache feia, de que você encontre em mim uma série de imperfeições.
Sabe, não quero mais usar essa máscara de mulher inatingível, de mulher forte com punhos de aço... No íntimo me sinto uma pequena ave indefesa, leve demais para enfrentar o vento, e, deseja ficar no aconchego do ninho e ser mimada até adormecer.
Olha pra mim, às vezes minha intimidade não tem brilho algum e você terá que me amar muito para suportar essa minha impotência.
Deixa eu tirar o casaco, tirar o cansaço... essa jornada dupla me deixa tão carente... A convicção de independência afetiva? É tudo balela! Eu queria mesmo era dividir a cama, a mesa, o banho... Queria dividir os sentimentos, os sonhos, as ilusões... um pedaço de torta, uma xícara de café, algum segredo...
Ah, eu tenho andado por aí, tenho sido tantas mulheres que não sou! Quantas vezes me inventei e até me convenci da minha identidade. Administrei minha liberdade. Tomei aviões, tomei whisky... troquei a lâmpada, abri sozinha o zíper do vestido... decidi o meu destino com tanta segurança! Mas não previ que na linha da minha vida estivesse demarcada uma paixão inesperada.
Agora, cá estou eu, trinta e poucos anos e toda atrapalhada, tentando um cruzar de pernas diferente, um olhar mais grave, um molhar de lábios sensual... mas não sei direito o que fazer para agradar.
Confesso que isso me cansa um pouco. Queria mesmo era falar de todos os meus medos, "dos seus medos?" você diria, como se eu nunca tivesse temido nada. Queria te falar das minhas marcas de infância, dos animais que tive, do meu primeiro dia de aula... queria falar dessas coisas mais elementares, e te levar na casa da minha mãe, te mostrar meu álbum de retrato (eu, me equilibrando nos primeiros passos), ah, queria te mostrar minha primeira bicicleta, com truques. Ela ainda existe! Queria te mostrar as árvores que eu plantei (como elas cresceram!) e todas essas coisas que são tão importantes pra mim e tão insignificantes aos outros.
Ah, você queria falar alguma coisa? Está bem! Antes, só mais uma coisinha: estou morrendo de medo que você saia desta cena antes de mim, que você saia à francesa desta história, e eu tenha que recolocar minha máscara e me reinventar, outra vez...

sábado, 29 de agosto de 2009

Por favor,não me chamem de boazinha!!!

Esse texto da Martha Medeiros é a mais pura verdade...ser chamada de boazinha para mim soa ou falsidade,ou deboche ou diminuição...Qdo me chamam de boazinha interpreto como que não consegui um destaque maior ou um convencer necessário...já não gosto mto de palavaras inhas...me irrita,me chamar de Flavinha,então,como detesto(apesar que tem umas  pessoas que conseguem transformar o Flavinha em tom carinhoso em meus ouvidos,mas os demais,me soa como uma guitarra desafinada,hehehehe,irritante!).
Qual o elogio que uma mulher adora receber?



Bom, se você está com tempo, pode-se listar aqui uns setecentos:


mulher adora que verbalizem seus atributos, sejam eles físicos ou morais.


Diga que ela é uma mulher inteligente, e ela irá com a sua cara.


Diga que ela tem um ótimo caráter e um corpo que é uma provocação,


e ela decorará o seu número.


Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito,


da sua aura de mistério, de como ela tem classe:


ela achará você muito observador e lhe dará uma cópia da chave de casa.


Mas não pense que o jogo está ganho: manter o cargo vai depender da sua


perspicácia para encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta.


Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe,


que ela tem uma voz que faz você pensar obscenidades,


que ela é um avião no mundo dos negócios.


Fale sobre sua competência, seu senso de oportunidade,


seu bom gosto musical.


Agora quer ver o mundo cair?


Diga que ela é muito boazinha.


Descreva aí uma mulher boazinha.


Voz fina, roupas pastel, calçados rente ao chão.


Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja,


cuida dos sobrinhos nos finais de semana.


Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor.


Nunca teve um chilique.


Nunca colocou os pés num show de rock.


É queridinha.


Pequeninha.


Educadinha.


Enfim, uma mulher boazinha.


Fomos boazinhas por séculos.


Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas.


Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de panelinhas e nenezinhos.


A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas,


crucifixo em cima da cama, tudo certinho.


Passamos um tempão assim, comportadinhas, enquanto íamos alimentando um


desejo incontrolável de virar a mesa.


Quietinhas, mas inquietas.


Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas.


Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes,


estrelas, profissionais.


Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen.


Ser chamada de patricinha é ofensa mortal.


Pitchulinha é coisa de retardada.


Quem gosta de diminutivos, definha.


Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa.


Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo.


As boazinhas não têm defeitos.


Não têm atitude.


Conformam-se com a coadjuvância.


PH neutro.


Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções,


é o pior dos desaforos.


Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas,


apressadas, é isso que somos hoje.


Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos.


As “inhas” não moram mais aqui.


Foram para o espaço, sozinhas.

Quem sou eu

Minha foto
"...Eu apenas queria que você soubesse Que aquela alegria ainda está comigo E que a minha ternura não ficou na estrada Não ficou no tempo presa na poeira Eu apenas queria que você soubesse Que esta menina hoje é uma mulher E que esta mulher é uma menina Que colheu seu fruto flor do seu carinho Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta Que hoje eu me gosto muito mais Porque me entendo muito mais também E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora É se respeitar na sua força e fé E se olhar bem fundo até o dedão do pé Eu apenas queira que você soubesse Que essa criança brinca nesta roda E não teme o corte de novas feridas Pois tem a saúde que aprendeu com a vida..." Eu Apenas Queria Que Você Soubesse (Gonzaguinha)